Na tentativa de planificar o tridimensional, a obra “Planos” une as faces frontais dos seus objetos através de pequenos filetes numa só imagem, criando a sensação de se enxergar todos os ângulos do modelo simultaneamente. Para cada imagem foram produzidas dezenas de fotografias. O trabalho consistia em fotografar o modelo e selecionar o filete idear para a montagem da imagem final.
A chave de leitura deste conjunto é o plano, a sensação bidimensional é irrefutável e ofusca o olhar e o pensamento que tente escapar em relações esquivas tanto da estética quanto da poética. Mas pela abertura da obra, através da contemplação, como indica Eco, tudo clareia. A cadência rítmica e as distribuições visuais conduzem sorrateiramente nosso olhar, a forma inusitada como apresenta-se o conjunto nos prende pela surpresa de um ataque à baioneta.
Diante de tantas outras possibilidades de leitura da forma e conteúdo, prefiro pensar no inocente e contestador Kaspar Hauser; homem tão frontal e simples que causava impacto tanto em filósofos quanto em aldeões na Alemanha de seu tempo."
Danilo De Angeli, curador da exposição "Recortes", de Danilo Salvego.
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